18 janeiro 2008

Saci não existe

Tenho um amigo que cria Saci. Verdade, moço! Aliás, a criação está grande já. De vez em quando escapa algum correndo atrás de um redemoinho e dá um trabalho danado. Só volta quando ameaça chover porque como todo mundo sabe, Saci tem medo d'água. 


Contei essa para uma amiga que não botou muita fé na história não. Mas esse negócio de criar Saci não é de agora. Há mais de 90 anos Monteiro Lobato lançou uma campanha no Estadão pedindo aos leitores que mandassem casos de aparições do Saci Pererê. Aliás, acho que Lobato foi o maior entendido em assuntos de Saci. Mas aí veio desmatamento, a luz elétrica clareando tudo (falei que eles também não gostam de claridade?) e o Saci foi entrando em extinção. 


Isso até a década de 80 quando o engenheiro paulista José Oswaldo Guimarães, lá de Botucatu, encontrou um criador de sacis em Itajubá, no sul de Minas. Guimarães gostou da idéia e levou um casal de Sacis para repovoar a mata de Botucatu. A criação ficou tão grande que o Guimarães precisou de ajuda. Por conta disso nasceu a "Associação Nacional dos Criadores de Saci" (ANCS).

Aí pronto! Danou a aparecer Saci em tudo quanto é lugar. Os Sacis (veja você que o assunto é sério!) foi objeto de estudos até de cientistas da UNESP e UNICAMP, que filiaram-se à ANCS e não pararam mais de pesquisar essa história. Você já deve ter visto o Guimarães por aí contando essa história no Jô Soares, no Fantástico, Globo Repórter... Até Dona Tereza, mãe do Guimarães, passou uma manhã com a Ana Maria Braga outro dia explicando como se prepara a Polenta do Saci.

Eu já vi um Saci. Uma vez só, rapidinho. Mas vi! O danado tem a pele escura e alguns podem chegar a um metro e meio de altura. Tem o cabelo tão vermelho, mas tão vermelho, que fica parecendo um gorro. Por isso esta história de que Saci usa gorro vermelho. Ah! E o cachimbo?! Na verdade aquilo é um pedaço de bambu que eles gostam de mastigar.

Eu, que quando era criança só conhecia o Saci do Sítio do Pica-Pau Amarelo e dos causos dos peões, gostei dessa história de criar Saci em casa. Ainda não comecei minha criação porque precisa espaço e um pouquinho de tempo. Mas se você também se interessou pelo assunto, em Rio Preto temos a "Saciação de Amigos e Criadores Interioranos de Sacis". E na internet tem um bocado de histórias para quem quiser saber mais. Mas já vou avisando: tome cuidado quando for procurar informações sobre o assunto. Quem conhece um pouquinho de Saci sabe que ele mexe em tudo! Esconde as coisas, aperta o tal do caps lock, o scroll lock, o F13... Quando a gente se dá conta, vichi! Mas espia lá... Vai que você também começa sua criação?


Grande Final
Gal Costa (Composição: Moraes Moreira)

Viver dá pé, dá pé viver
Pé de saci

Pererê, pererê, pererê, pererê
Viver dá pé, dá pé viver
Pé de saci
Pererê, pererê, pererê, pererê
Não nego a minha parte
Entrego a vida à arte
De ser feliz, de ser feliz
Na Terra ou em Marte
Em qualquer planeta
Qualquer país, qualquer país
Palavra de fé eu li
Cidade qualquer, nação, continente
Onde gente houver há de haver fé
Há de haver felicidade
Correr sim
E não correr do perigo
É sem fim
Eterno, moderno e antigo o amor
Ô ô ô ô ô
Eu vim
Pra fazer o carnaval, promessa
Fazer o grande final
Onde tudo de novo começa
Eu vim
Pra fazer o carnaval, promessa
Fazer o grande final
Onde tudo de novo começa
Viver dá pé, dá pé viver
Pé de saci
Pererê, pererê, pererê, pererê
Viver dá pé, dá pé viver
Pé de saci
Pererê, pererê, pererê, pererê...

4 comentários:

  1. Eu bem queria ver Saci...e pode até ser que ele nunca tenha existido...mas acreditar é tão bom.
    Beijos, moça.

    ResponderExcluir
  2. É possível conseguir o email do Guimarães?

    ResponderExcluir
  3. Oi, PM! Eu não tenho mais o email dele, mas vocë pode tentar enviar uma mensagem via Facebook. O perfil dele: https://www.facebook.com/profile.php?id=100003174900330. Ou pode tentar também fazer contato através do email da Associação é sosaci@sosaci.org. Beijos!!!

    ResponderExcluir
  4. eu nao acredito que isirti saci perere

    ResponderExcluir