14 fevereiro 2008

Cai do céu...mas pode faltar!


“Tá achando que isso cai do céu, menina?”

Minha mãe tem umas frases prontas para reforçar suas opiniões - sejam quais forem - que são muitas engraçadas. “Cair do céu” era uma expressão já conhecida em casa, usada tanto para nos impedir de comer doce além da conta, quanto para indicar que o brinquedo que queríamos era caro demais. Era engraçado... É ainda. Tem outra que eu gosto: “tem dó né filha?”. Essa ótima, usada em diversas ocasiões também.

Bom, mas o fato é que estava lendo a Veja outro dia e dei de cara com uma matéria: “Cai do céu, mas pode faltar”. Pronto. Então a coisa é séria mesmo. É a mesma história da panela de doce: quando a gente vê aquele monte de doce pensa que não vai acabar nunca. Mas acaba gente... Ô se acaba!
Certo, então vamos lá... Não esperem nada comparado ao Greenpeace, mas começo hoje minha contribuição com a causa ambiental. Acho justo, já que todo mundo pode fazer alguma coisa. E já que estamos aqui oras... Não custa nada.
Pois muito bem, caso você não esteja com paciência agora para ler a matéria publicada pela revista Veja, é bom que saiba pelo menos que segundo a ONU, a escassez de água já tinge 2 milhões de pessoas. Esse número pode dobrar em menos de 20 anos.
Trocando em miúdos: essa prosa pode até não te interessar muito agora mas, considerando que o uso de água imprópria para o consumo humano é responsável por 60% dos doentes no mundo (por dia, 4 mil crianças morrem de doenças relacionadas à água, como a diarréia), isso pode fazer alguma diferença no seu dia-a-dia. Como diria minha mãe, “tem dó” né gente? Custa fechar a torneira para escovar os dentes e tomarum banho mais curtinho?


Já usei essa em outro artigo. Mas como trata-se do João Pacífico, vale a pena repetir!

Pingo D'Água
Composição: Raul Torres e João Pacífico

Eu fiz promessa
Pra que Deus mandasse chuva
Pra crescer a minha roça
E vingar a criação
Pois veio a seca
E matou meu cafezal
Matou todo o meu arroz
E secou meu argodão
Nesta colheita
Meu carro ficou parado
Minha boiada carreira
Quase morre sem pastar
Eu fiz promessa
Que o primeiro pingo d'água
Eu moiava a frô da santa
Que tava em frente do altar
Eu esperei
Uma sumana
Um mês inteiro
A roça tava tão seca
Dava pena a gente ver
Oiava o céu
Cada nuvem que passava
Eu da santa me alembrava
Pra promessa não esquecer
Em pouco tempo
A roça ficou viçosa
A criação já pastava
Floresceu meu cafezal
Fui na capela
E levei três pingo d'água
Um foi o pingo da chuva
Dois caiu do meu oiá