Eu
acreditava nele. Por isso, enquanto meu pai desenhava e ouvia música, eu ficava
por ali, sapeando... De vez em quando pegava o tal dicionário só prá dar uma
espiada. E quando achava uma palavra engraçada ou bonita, anotava num caderno
(que eu tenho até hoje) e tentava enfiar a bendita palavra de todo jeito nas redações da escola. Era
divertido.
Lembrei
disso ontem depois que uma amiga me indicou o Pequeno Dicionário de Palavras ao Vento, da Adriana Falcão. O livro é lindo e tem pequenas poesias
como essa:
"Gente: carne, osso, alma e sentimento. Tudo isso ao mesmo tempo."
Aprendi
um bocado de palavras diferentes no velho dicionário do Rubão. E aprendi também
que às vezes, mesmo juntando um dicionário inteirinho, a gente não consegue
explicar algumas coisas.
Aí eu
tentei fazer igual ao Tião do Carro, “com palavras tão bonitas, caprichei bem na escrita”. Mas mesmo
assim a explicação não saiu. Acho que é porque tem alguns tipos de felicidade que não tem palavra que
explique. Tem ausência, que às vezes é tão grande, que só a palavra saudade
parece ser pouca prá explicar. E vez ou outra aparece gente (de carne, osso,
alma e sentimento) que nos deixa completamente sem palavras.
É este tipo de gente que faz o dia valer a pena! =)
É este tipo de gente que faz o dia valer a pena! =)