tag:blogger.com,1999:blog-340217542024-03-12T21:58:51.650-03:00Viola QuebradaUnknownnoreply@blogger.comBlogger109125tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-11413128441427194422017-07-29T20:00:00.000-03:002017-08-01T11:16:03.777-03:00Acordes dissonando<span style="text-align: center;">Pouco mais de quatro anos sem escrever aqui. </span>Verdade seja dita, tenho escrito muito sobre tudo. E pouco, quase nada, sobre esses momentos que passam ligeiro, mas abrem espaço para tantas palavras que ficam zanzando na minha cabeça, esperando a hora de ganhar o papel. <span style="text-align: center;">E eu, que sempre reclamava da falta tempo, nem imaginava que ele ia ficar cada vez mais curto. </span><br />
<span style="text-align: center;"><br /></span>
<span style="text-align: center;">Ainda me deparo, todos os dias, com pessoas e situações que renderiam um bom dedo de prosa aqui. Mas aí o relógio me cobra aqueles cinco minutos ali parada, o momento passa e eu volto para o ritmo do tic tac.</span><br />
<div>
<span style="text-align: center;"><br /></span></div>
Outro dia, por exemplo, escutei essa moda aí embaixo. A gravação é de 1980 e a letra é do Rolando Boldrin. São “acordes dissonantes” com harmonia perfeita. É o que garante o Boldrin. Aí hoje, final do dia, coloquei o celular no modo avião. Deixei a voz do Ney Matogrosso me conduzir na <i>"espiral da vida”</i> - eu também acho que <i>“na vida não tem coincidência”</i>.<br />
<br />
Mas a verdade é que os últimos dias tem sido desafinados, desarmônicos, irregulares. Não é só um acorde. É uma toada inteira dissonante que vai batendo e estropiando a gente, <i>“destruindo o construído”</i>. A vida pega a gente assim, <i>“desprivinido”</i>. E aí é preciso um esforço danado para manter a harmonia. Tem dia que funciona. Êta nóis...<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/GRlpiZxEkak" width="560"></iframe><br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-69018593008257952912013-01-22T11:23:00.000-02:002013-01-24T11:27:53.031-02:00O causo da bicicleta<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quando eu tinha uns 9 anos, a TV Anhanguera exibia um programa aos domingos de manhã que eu adorava: <b><a href="http://www.frutosdaterra.com.br/"><span style="color: blue;">Frutos da Terra</span></a></b>. Era um programa regional que apresentava cantores e personalidades de Goiás.</span><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Foi nesse programa que eu conheci o Geraldinho. Hoje ele é conhecido no Brasil inteiro e a internet ajudou a esparramar os causos dele por aí (se você nunca ouviu falar, pode parar um bocadinho e <b><a href="http://geraldinhonogueira.blogspot.com.br/2009/06/historia-de-geraldinho.html"><span style="color: blue;">espiar aqui!</span></a></b>). Mas naquela época o caboclo que contava histórias na TV era só o Geraldinho, um matuto genuíno que parecia ter saído ali da cozinha da nossa fazenda.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aí mês passado fomos para <b><a href="http://www.pirenopolis.com.br/"><span style="color: blue;">Pirenópolis</span></a></b>, pertinho de Goiânia. A cidade é linda e suas ruas de pedra (as primeiras ruas do Estado de Goiás) são cheias de história. Quando viu isso o André, meu marido, resolveu que queria conhecer Piri de bicicleta. Não seria um problema, exceto por um detalhe: eu não ando de bicicleta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nesta mesma época em que o Geraldinho e eu proseávamos pela televisão, eu peguei uma bicicleta (<strike>escondido</strike>) emprestada e só descobri que a bendita não tinha freio numa baita descida. Só parei quando um fusca cruzou meu caminho. Um pouco pelo castigo, outro pouco pelo tombo e os ralados que ficaram dele, nunca mais subi numa bicicleta. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #222222;">Quem contava outra história de bicicleta era Geraldinho – um causo que prá mim é impagável! Narrando a sua primeira vez em cima de uma “magrela”, ele garantia que <i>“n</i></span><i>ão sabia administrá o rumo que precisava... No rumo que a bicicleta embalasse era esse mesmo”</i>. <span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #222222;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #222222;">Sabe aquela história de “<i>é igual andar de bicicleta... ninguém esquece</i>”? Pois é... Conto do vigário! Eu tentei. E caí, claro. Mas já estou aceitando a idéia que o problema não é a bicicleta (rsrs). Por conta do medo eu fico de olho no caminho e esqueço que </span>de recuperar o equilíbrio. Faço que nem o Geraldinho: o rumo que a bicicleta toma eu vou junto! =P<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não é muito diferente do que a gente faz o resto do tempo, né? Conheço caboclo por aí que se preocupa demais com o que vem daqui a pouco e esquece que precisa respirar fundo e manter o equilíbrio é “agora”. É bem verdade que às vezes não evita o tombo, mas dá mais coragem prá levantar e começar tudo de novo. Mais que isso... Quando a gente “se equilibra”, descobre que fica mais fácil administrar o caminho decidir o rumo que vai tomar...</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">---</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">--</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">-</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Prá ouvir o causo da bicicleta do Geraldinho é só clicar no vídeo aí embaixo. Vale pela história e pela simplicidade de um caboclo que deixou saudade!</i></span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<object height="360" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/_0dR0a6uRSs?version=3&hl=pt_BR&rel=0"></param>
<param name="allowFullScreen" value="true"></param>
<param name="allowscriptaccess" value="always"></param>
<embed src="http://www.youtube.com/v/_0dR0a6uRSs?version=3&hl=pt_BR&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" width="480" height="360" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true"></embed></object></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-64942802999082934412013-01-08T15:31:00.001-02:002013-01-08T20:11:53.384-02:00Fui ali casar. Mas já voltei!<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Feliz 2013 procês! Eu sei que tá atrasado... Mas é de
coração! </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Faz um tempo que eu não apareço por aqui e depois da nossa última prosa o tempo passou ligeiro! Já rolou um <a href="http://noticias.terra.com.br/mundo/terremoto-atinge-noroeste-da-argentina-nao-ha-vitimas,beb997c1068da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html"><i><span style="color: blue;">terremoto na Argentina</span></i></a>, descobriram a <a href="http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1204592-boson-de-higgs-e-eleito-a-descoberta-do-ano-pela-science.shtml"><i><span style="color: blue;">partícula de Deus</span></i></a>, o Corinthians foi <a href="http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1114446-campeao-invicto-corinthians-iguala-santos-e-quebra-tabu-de-34-anos.shtml"><i><span style="color: blue;">campeão da Libertadores</span></i></a> e teve gente por aí jurando que o <i><a href="http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2012/12/fim-do-mundo-ja-foi-retratado-varias-vezes-no-cinema-g1-lista-12-filmes.html"><span style="color: blue;">mundo ia acabar</span></a></i> – mas Corinthians não
teve nada com isso... =P</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aí já começou outro ano, o mundo não acabou e eu nem vi direito tudo
isso acontecer. Deixei o computador um pouco de lado nos últimos seis meses por
conta de um casamento – o meu! “<i>A festança no sertão</i>”, como diriam Tonico e Tinoco.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O casório aconteceu lá em Rio Preto, no meio do mato, do
jeito que a gente queria. Mas foi uma piscada e pronto! A festa já tinha
acabado, a música não estava mais tocando e o povo todo tinha ido embora. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E aí veio 2013, um outro capítulo para começar e um companheiro para viver novos causos comigo. Com ele veio a novidade: outra mudança de
cidade. Eu amo São Paulo. Nós dois aprendemos a gostar dessa cidade. Mas resolvemos voltar para o
interior para começar nossa família. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um dia desses, pouquinho antes do casório, uma amiga querida me disse
que prá ter certeza em qualquer decisão, basta estar com o
coração leve. </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E aí eu tô aqui escrevendo e lembrei a viola do </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><a href="http://www.enubioviola.com.br/"><i><span style="color: blue;">Enúbio Queiroz</span></i></a></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> ponteando enquanto meu pai
e eu seguíamos para o altar. Lembrei do sorriso do André me esperando, do olhar
cúmplice da minha mãe, do carinho dos meus irmãos, de todos os abraços que me
envolveram nas últimas semanas... Vou te contar uma coisa: foi a decisão mais
leve de toda minha vida!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E é assim, de coração e alma leves que eu tô voltando – para
o interior e para as prosas aqui do <i><a href="http://violaquebrada.blogspot.com.br/"><span style="color: blue;">Viola</span></a></i>! Pode ir chegando... Já que o mundo não acabou, vamos esticar a conversa, uai! =)</span><br />
<i style="font-family: Verdana, sans-serif; font-weight: bold;"><br /></i>
<i style="font-family: Verdana, sans-serif; font-weight: bold;"><br /></i>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i style="font-family: Verdana, sans-serif; font-weight: bold;">"...e a alma leve,
leve, leve... </i><i style="font-family: Verdana, sans-serif; font-weight: bold;">São folhas e flores ao
vento</i><i style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>!" </b></i><i style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><a href="http://www.renatoteixeira.com.br/site/"><span style="color: blue;">Renato Teixeira</span></a></span></i></div>
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-6YPgjKV6ELg/UOxRmg1090I/AAAAAAAABBM/RApn6y9-fN0/s1600/img1743.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="http://4.bp.blogspot.com/-6YPgjKV6ELg/UOxRmg1090I/AAAAAAAABBM/RApn6y9-fN0/s400/img1743.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><i>Minha mãe... sempre ela</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-vRiOl4QjBYI/UOxRnWDDOUI/AAAAAAAABBU/L43zQXu2Bzw/s1600/img8796.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><img border="0" height="266" src="http://4.bp.blogspot.com/-vRiOl4QjBYI/UOxRnWDDOUI/AAAAAAAABBU/L43zQXu2Bzw/s400/img8796.jpg" width="400" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><i>A viola de Enúbio Queiroz</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Xta4HxFOdLU/UOxRn3xLjoI/AAAAAAAABBk/JwohjZEPojk/s1600/img8811.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><i><img border="0" height="266" src="http://2.bp.blogspot.com/-Xta4HxFOdLU/UOxRn3xLjoI/AAAAAAAABBk/JwohjZEPojk/s400/img8811.jpg" width="400" /></i></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><i>A bênção do Rubão</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-ybTBMyjyMvY/UOxRohOCV5I/AAAAAAAABBs/K3l3S5BgX7s/s1600/img9038.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><img border="0" height="266" src="http://2.bp.blogspot.com/-ybTBMyjyMvY/UOxRohOCV5I/AAAAAAAABBs/K3l3S5BgX7s/s400/img9038.jpg" width="400" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><i>De coração e alma leves...</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-13301800921290511052012-06-16T11:00:00.000-03:002012-07-27T21:22:33.849-03:00Fuxiqueiro<span style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">Agora todo mundo conta pro Facebook onde foi, o que comeu, o que usou, quando foi dormir, se escovou o dente ou se espirrou. </span><br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tem hora que esse fuxico todo me irrita. E eu acho mesmo é que o <b><a href="http://fredb.sites.uol.com.br/memorial.html">Machado de Assis</a></b> estava certo (e parece até que ele ia adivinhando a internet): <i>“não há alegria pública que valha uma boa alegria particular”</i>.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Apesar de me faltar um bocadinho de paciência com o Facebook, tenho que admitir que ele me apresentou um punhado de gente nova. É que o ponteado da viola também faz barulho na tal da “timeline” e aí vai juntando cada vez mais caipira!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas o que eu ia contanto é que por conta do Facebook outro dia eu fiquei sabendo do <b><a href="http://suitecabocla.blogspot.com.br/">Suíte Cabocla</a></b>, um projeto de música instrumental para viola caipira. Fui atrás prá assuntar mais do tal projeto e acabei conhecendo o Renato Gagliardi.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Imagine só que o Renato juntou Villa-Lobos, Beethoven, Bach e mais um punhado de grandes compositores da música erudita, com a simplicidade e delicadeza da nossa violinha caipira. Eu achei genial! É como Tonico e Tinoco já cantaram: </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A viola na sua simplicidade<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">sem gaguejá conversou c'a murtidão<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">no teatro da mais arta sociedade<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">e mostrando a beleza do sertão<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Se quiser espiar um pouco do trabalho do Renato é só clicar no play do vídeo aí embaixo. Agora se quiser ajudar o <b><a href="http://suitecabocla.blogspot.com.br/">Suíte Cabocla</a></b> ganhar mais palcos, visite o blog do projeto: <a href="http://www.suitecabocla.blogspot.com.br/"><b>www.suitecabocla.blogspot.com.br</b></a>. E se gostar, pode contar prá todo mundo – inclusive no Facebook. Por que vez ou outra a gente acha algumas coisas que valem “mesmo” passar prá frente e fazer um fuxico pro vizinho... =)</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div>
<br />
<object height="315" width="420"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/aCd5Cmx_OAs?version=3&hl=pt_BR&rel=0"></param>
<param name="allowFullScreen" value="true"></param>
<param name="allowscriptaccess" value="always"></param>
<embed src="http://www.youtube.com/v/aCd5Cmx_OAs?version=3&hl=pt_BR&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" width="420" height="315" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-65893571758156168512012-06-14T19:05:00.000-03:002012-06-14T20:45:34.853-03:00Modéstia parte<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Meu pai é apaixonado pelo </span><b style="font-family: Verdana, sans-serif;"><a href="http://prosacaipira.com.br/joao-pacifico/">João Pacífico</a></b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">. E eu acabei herdando a paixão.</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aí, coisa de uns dois meses atrás, descobri uma peça de teatro que contava a história do poeta. E lá fui eu atrás das poesias deste caipira que saiu da roça aos sete anos de idade. Em 1924, em plena revolução, João chegava a São Paulo, aos 15 anos. Só voltou para o interior em 1995, já no fim da vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mesmo depois de passar 71 anos morando na cidade grande, João Pacífico soube como ninguém falar da roça que o acompanhou até os últimos dias. E colocava em seus versos o cheiro, o mato, os riachos e serras que ele pouco viveu, mas que conhecia tão bem...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Resolvi contar esta história porque outro dia meu pai saiu com essa: “você não é mais caipira não... Já adotou a cidade grande!”. Eu quis responder na hora, mas deixei prá lá. Mas aí, no último final de semana, lá vem ele de novo: “tem jeito não... não é mais caipira”. Moço... Fiquei mordida! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Como meu pai é o leitor mais assíduo do <b><a href="http://violaquebrada.blogspot.com.br/">Viola</a></b>, achei melhor dar a resposta por aqui... rsrs E pensando na resposta, lembrei do Guimarães Rosa, que dizia: “<b><a href="http://almanaquebrasil.com.br/curiosidades-literatura/7516-qo-sertao-esta-dentro-da-genteq.html">o sertão é dentro da gente</a></b>”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É mais ou menos isso mesmo: o sertão vive em mim. E me faz reconhecer outros caipiras perdidos aqui no meio de tanto asfalto, buzina e gente sem tempo que vive correndo. Então, prá encerrar essa prosa, vou deixar outro poeta, o <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Adauto_Santos">Adauto do Santos</a></b>, falar por mim. Na voz da querida <b><a href="http://www.inezitabarroso.com.br/">Inezita Barroso</a></b>, ele escreveu tudo o que eu gostaria de dizer!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>“Eu sou cabocla tô chegando lá da roça<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Inda falo vige nossa, eu ainda digo é<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Sou sertaneja, não me nego e faço gosto<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Tá escrito no meu rosto, só não enxerga quem não quer<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Eu sou aquele cheiro doce lá da mata<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Água limpa da cascata, o verde dos cafezais<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Modéstia parte sou o som daquela viola<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Que um caboclo consola quando o acorde se faz<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Eu sou do mato, sou caipira verdadeira<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Sou perfume de madeira, esse é o jeito meu<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Eu sou a fera que esconde o filhotinho<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Ave que não sai do ninho, protegendo o que é seu<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Eu sou aquilo que inda chamam de beleza<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Sou um fato, sou certeza, tudo isso e muito mais<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Nasci da terra, sou a flor da natureza<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Eu sou vida, sou pureza, amor que não se desfaz”</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Então é isso, Rubão: “modéstia parte, sou o som daquela viola”. Ou, como diriam <b><a href="http://jacoejacozinho.blogspot.com.br/">Jacó e Jacozinho</a></b>, “<b><a href="http://letras.terra.com.br/jaco-jacozinho/1745462/">eu sou caipira... Mas quem não é?</a></b>”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Te amo, meu pai! Um beijo da sua caipira (de sempre!)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">*****<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Prá embalar a prosa, "Caipira de Fato", gravada em 1997 por Inezita Barroso e Roberto Corrêa.</span></div>
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/KFIT_jIygUw" width="420"></iframe>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-15341408106757597732012-05-18T17:16:00.000-03:002012-05-23T21:59:30.922-03:00Pé vermelho<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-9CqWUAFXupk/T72DD6bhVEI/AAAAAAAAAkY/HHASk-zE7yM/s1600/DSCN1017.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://3.bp.blogspot.com/-9CqWUAFXupk/T72DD6bhVEI/AAAAAAAAAkY/HHASk-zE7yM/s320/DSCN1017.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial; font-size: small;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial; font-size: small;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial; font-size: small;">
Eu não tinha carro na época da faculdade. E algumas vezes achava que demorava mais esperar pelo ônibus então, andava um bocado a pé! Eu brincava que era da “turma do pé vermelho”. E gostava da caminhada porque a pé, eu sempre encontrava (e parava para espiar!) lugares que de carro, provavelmente não prestaria atenção. Mas isso já faz muito tempo...</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial; font-size: small;">
<br />
Aí outro dia fui para <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Jos%C3%A9_do_Rio_Preto">Rio Preto</a></b>. Sábado cedo, cheia de coisa para resolver, meu carro enguiçou. E quando o mecânico adiantou que eu ficaria o final de semana todo a pé, moço... Eu confesso que fiquei bem brava. Saí de lá remoendo o que ia ficar para depois e já ia ligar para um táxi quando ouvi, na esquina, o ponteado de uma violinha. E ali, naquele boteco escondido em uma das ruas históricas da <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Boa_Vista_(bairro_de_S%C3%A3o_Jos%C3%A9_do_Rio_Preto)">Boa Vista</a></b>, tinha um violeiro me dando “bom dia”.</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial; font-size: small;">
<br />
Entrei no boteco, tomei uma Cotuba, ouvi o resto da moda e fui embora para casa – a pé. A caminhada durou mais de uma hora. E apesar do calor (de sempre) de Rio Preto, ficar com o “pé vermelho” naquela manhã valeu a semana inteira! Depois desse dia aprendi a deixar o carro na garagem de vez em quando. É bem verdade que eu já não tenho o mesmo “pique” da época da faculdade. Mas a cidade continua a mesma: cheia de surpresas em cada esquina para quem tem paciência para andar por aí procurando...</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial; font-size: small;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial; font-size: small;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial; font-size: small;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial;">
<span style="font-size: xx-small;"><i>Publicado no jornal </i><b><a href="http://www.inkover.com.br/boavistaparque">Boa Vista Parque</a></b><i> em fevereiro de 2012</i></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-87953820880212402422012-03-12T20:19:00.000-03:002012-04-16T20:05:47.391-03:00Loteria<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Há alguns anos trabalhei com uma amiga na produção de uma reportagem sobre realização de sonhos. O pano de fundo da matéria era apresentar um produto que facilitava a compra da tão sonhada casa própria. Eu tinha acabado de pegar meu diploma de jornalismo (que hoje já nem vale muita coisa rs) e estava pronta para falar de sonhos - eu mesma estava com a bolsa cheia deles. Aí, durante duas semanas inteiras conversei com gente de todo o tipo. A matéria ficou pronta, foi capa, todo mundo gostou e no final do mês estouramos nas vendas do tal produto. Depois dessa, vieram outras capas. Mas essa eu guardo com carinho. </span><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um dos personagens da matéria era dono de uma lotérica. Fui para entrevista sem esperar muita coisa. Já imaginava que o cara ia falar de sorte e de como tudo é lindo quando você sonha e acredita nos seus sonhos, blá, blá, blá... Fiquei uns 20 minutos esperando ele chegar. Quando finalmente chegou ele foi curto e grosso: "<i>não precisa nem gravar o que eu vou te falar porque se você for esperta, vai usar isso pelo resto da sua vida, menina. Você quer escrever sobre sonhos? Então, escreve aí: as coisas não acontecem para quem sonha. Mas para quem parte para a ação!</i>".</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A entrevista foi isso. Só isso. E eu lembrei dela porque, apesar de na época ter ficado morrendo de raiva por ter perdido tempo em ir entrevistar o tal dono da lotérica, hoje acho esse cara brilhante! </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ando com preguiça de gente inerte, que posterga decisões, que passa os dias no casulo numa "clamura" danada, resmungando e esperando a vida acontecer. Seja qual for seu projeto de vida (e não interessa se ele é prá agorinha mesmo ou prá daqui 10 anos), faça alguma coisa para que isso aconteça! E se você não tem nenhum, por favor, arrume um urgente! Porque sem um ideal a vida fica muito sem graça.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Lá em Mato Grosso do Sul tive uma professora da escolinha dominical fantástica, a Dona Jussara. Ela dizia o seguinte: "<i>o que você sente, quem você ama, o que você sonha... Isso tudo só diz respeito a você. É o que você "faz" para mostrar tudo isso que faz diferença</i>". Resumindo: falar, até papagaio fala. Agora "fazer"... Como é difícil! Você pode até continuar tentando a sorte na loteria. Mas até para isso, vai ter sair do lugar e agir um bocadinho, viu?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">...</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">..</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Já citei essa música em tantos textos que eu acho que já ficou batida. Mas não tem jeito, é isso mesmo: "<i><b><a href="http://letras.terra.com.br/renato-teixeira/298341/"><span id="goog_1066051494"></span>um dia a gente chega, um outro vai embora</a><span id="goog_1066051495"></span></b></i>". E como não dá para saber quando isso vai acontecer, se eu fosse você não perdia muito tempo falando não. Tire a bunda da cadeira, moço! Porque "<i>cada um de nós compõe a sua história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz!</i>”. Já que a música é repetida, vai aí uma versão diferente (e linda!)...</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/3T1VRhGfEVU" width="420"></iframe></div>Unknownnoreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-76377530900550046422012-01-31T21:01:00.000-02:002012-04-11T14:51:41.285-03:00Atalho<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: -webkit-auto;">Depois de morar 12 anos no mesmo lugar, a gente aprende todos os atalhos que precisa. Um atalho na rua para escapar dos faróis e chegar cinco minutos mais cedo. Outro atalho no trabalho para pegar o primeiro café da garrafa. Tem o atalho que passa em frente a única sorveteria com sorvete de banana na cidade. E aquele atalho que a gente não conta prá ninguém, mas que permite roubar um beijo no meio dia. =)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aí, há mais ou menos uns dois anos, assisti a um show do <b><a href="http://www.mococaeparaiso.com.br/">Mococa e Paraíso</a></b> no <b><a href="http://twitter.com/sescriopreto">SESC de Rio Preto</a></b>. Sentei na primeira fila, ao lado do Seo <b><a href="http://www.boamusicaricardinho.com/zedocedroejoaodopinho_60.html">Zé do Cedro</a></b>, e fiquei só esperando para ouvir “<b><a href="http://www.youtube.com/watch?v=FZQ9Ot9Xns4">Doce de Cidra</a></b>”, a minha preferida. Lá pelas tantas do show, o Seo Zé me cutucou: “<i>presta atenção nessa</i>”. E o vozeirão do Mococa lá no palco cantou:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Hoje no atalho de meu peito abandonado</span></i></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O meu destino a pisar folhas caídas</span></i></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Cruza a floresta do outro lado de meu tempo</span></i></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Prá ver os anos carregando minha vida</span></i></blockquote>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Agora espia isso: na manhã do dia 31 de dezembro, na correria de comprar "mais aquele negócio que a gente esqueceu”, meu pai resolveu pegar um atalho para voltar para casa. No meio do caminho, pegou outro atalho para falar um “oi” para o Seo Carlos, um amigo muito querido.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Foi um “oi ligeiro” porque a livraria do Seo Carlos estava cheia dos clientes que lotam o lugar todo sábado de manhã para ouvir música. E eu já estava quase na porta quando o Seo Carlos perguntou: “<i>menina, você sabe qual é o melhor atalho para evitar uma briga?</i>”. Ele esperou para ver se eu ia responder – mas eu nem me atrevi... E aí ele respondeu logo: “<i>é não brigar, uai! Porque “desbrigar” dá um muito trabalho! A gente acha fácil, fácil as palavras para brigar. Mas para “desbrigar”, não tem palavra que conserte o coração</i>”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Há sete meses mudei de cidade e de atalhos. E hoje, voltando para casa, arrisquei um atalho novo para encurtar o caminho. Não deu outra: tive que voltar e fazer o caminho antigo (rs). Cheguei em casa (mais tarde do que o previsto) pensando no <b><a href="http://letras.terra.com.br/mococa-paraiso/982377/">Atalho</a></b> da dupla Mococa e Paraíso e botei a moda para tocar baixinho...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Até que um dia o vendaval dos desenganos</span></i></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em pedacinhos fez a minha mocidade</span></i></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Desesperado hoje eu grito e não encontro</span></i></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O meu atalho na floresta da saudade</span></i></blockquote>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não existe atalho para a saudade. Não dá para voltar e fazer o caminho de novo. E como o <b><a href="http://diversao.terra.com.br/gente/noticias/0,,OI4253911-EI13419,00-Cantor+sertanejo+Pena+Branca+morre+aos+anos.html">Pena Branca</a></b> (sempre sábio) dizia: “<b><i>a vida não se mede, mas se aprende no viver</i></b>”. Então aprenda aí o atalho do seu Carlos: <i>desbrigar dá muito trabalho</i>. Na dúvida, economize um bocadinho as palavras. A raiva passa... Mas tem um bocado de pessoas que permanece sempre por perto, ajudando a gente a achar alguns atalhos mais fáceis prá vida...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: -webkit-auto;">
<div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>...<br />..</i></span></div>
<div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span></div>
<div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>PS: Coisa boa a gente passa frente: se qualquer sábado desses você estiver em Campo Grande, não deixe de passar na Arte & Técnica, na rua Dom Aquino. Garantia de boa música (sempre!) e de brinde, o sorriso sempre gentil do Seo Carlos!</i></span></div>
<div style="font-family: arial; text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small;"><i>Mococa e Paraíso. Faltou só o Seo Carlos na foto! =)</i></span></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-4Ehu4BHF07o/TyhuGh40TJI/AAAAAAAAAiI/-dMCVLvEcGI/s1600/Mococa+e+Para%25C3%25ADso.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://3.bp.blogspot.com/-4Ehu4BHF07o/TyhuGh40TJI/AAAAAAAAAiI/-dMCVLvEcGI/s400/Mococa+e+Para%25C3%25ADso.jpg" width="400" /></a></div>Unknownnoreply@blogger.com6São Paulo, Brasil-23.5489433 -46.6388182-24.014749300000002 -47.270532200000005 -23.0831373 -46.0071042tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-25262950310184938782012-01-30T08:00:00.000-02:002012-01-30T17:11:27.311-02:00História fresca<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Tive um
professor na faculdade que dizia que uma boa história pode ser "enlatada" ou "fresca". Qual fosse a opção, o importante era que fosse bem
contada e honesta. Aí, ainda na faculdade, eu tentei fazer algumas
"histórias enlatadas" - escrever, deixar na gaveta e ir usando
conforme a necessidade. Moço... Não saía nada!</span><br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Até hoje,
(meu amigo Betinho que o diga...), vira e mexe eu me apuro para cumprir o
prazo. Perco algumas horas acordada da madrugada escrevendo, ajustando as palavras,
tomando um bocado de café e ouvindo alguma coisa na vitrola enquanto tento
esticar o tempo e o texto. É sempre mais corrido. Mas não consigo escrever se
não for assim, com a história “fresca” saindo da cabeça para o papel. =)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Os
últimos dias de 2011 e os primeiros de 2012 vieram carregados de novidades e da
tradicional correria desse período. Por conta disso, dei uma sumida aqui do
<i>Viola</i>. Causo prá contar tem de monte! O que não anda sobrando é fôlego para
colocar tudo no papel... Então esse post é só prá dizer que apesar de não ter
nada “na gaveta”, voltei cheia de causos fresquinhos para contar! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Vamos
combinar seguinte: vou ali colocar a água prá ferver, passar um café e ir preparando a trilha sonora para as próximas madrugadas. Quem quiser,
busque aí um biscoito de polvilho ou de goma para me acompanhar e esticar a prosa por
aqui. Vá chegando e apure os ouvidos porque o ano promete um ponteado bonito
aqui nessa viola, viu?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">..<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Enquanto
o café não fica pronto e para começar a semana (e o ano, com um mês de
atraso...), aumente aí o volume para ouvir a </span><b style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;"><a href="http://www.monicasalmaso.mus.br/">Mônica Salmaso</a></b><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">, uma paulista de
quem eu já era fã e que agora, ganhou meus ouvidos e coração de vez! Prá ficar
um bocadinho melhor, neste vídeo ela canta acompanhada do violeiro </span><b style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;"><a href="http://www.paulofreire.com.br/">Paulo Freire</a></b><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">.
“Vai ouvindo...”</span></i><br />
<b><span style="font-size: 10pt; font-style: italic;"><br /></span></b><br />
<b><span style="font-size: 10pt; font-style: italic;">♫♪</span><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;"> <i>...</i>a tua saudade corta feito aço
de navaia</span></b><br />
<b style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">O coração
fica aflito bate uma, a outra faia</b><br />
<b><span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;">Os óio se enche d'água... Até a vista se
atrapaia, ai, ai, ai </span><span style="font-size: 10pt; font-style: italic;">♫♪</span></b><br />
<span style="font-size: x-small;"><b><i><br /></i></b></span></div>
<object height="315" width="560"><param name="movie" value="https://www.youtube.com/v/MYBCHs2Uod8?version=3&hl=pt_BR&rel=0">
</param>
<param name="allowFullScreen" value="true">
</param>
<param name="allowscriptaccess" value="always">
</param>
<embed src="https://www.youtube.com/v/MYBCHs2Uod8?version=3&hl=pt_BR&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" width="560" height="315" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com0São Paulo, Brasil-23.5489433 -46.6388182-24.014749300000002 -47.270532200000005 -23.0831373 -46.0071042tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-37627795380158750912011-11-23T12:33:00.001-02:002011-11-23T19:04:34.140-02:00Em outras palavras<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Durante muitos anos, embaixo de uma
pilha de pastas, papéis, canetas nanquim e réguas de desenho, ficava escondido
um dicionário de capa preta que meu pai usava. E ele usava bastante porque “<i>às vezes as palavras que a gente acha que conhece nos surpreendem</i><i>”</i>.</span><br />
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu
acreditava nele. Por isso, enquanto meu pai desenhava e ouvia música, eu ficava
por ali, sapeando... De vez em quando pegava o tal dicionário só prá dar uma
espiada. E quando achava uma palavra engraçada ou bonita, anotava num caderno
(que eu tenho até hoje) e tentava enfiar a bendita palavra de todo jeito nas redações da escola. Era
divertido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Lembrei
disso ontem depois que uma amiga me indicou o <a href="http://www.resenhando.com/resenhas/r20708.htm"><b>Pequeno Dicionário de Palavras ao Vento</b></a>, da Adriana Falcão. O livro é lindo e tem pequenas poesias
como essa: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: center;">
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>"Gente: carne, osso, alma e sentimento. Tudo isso ao mesmo tempo."</b><o:p></o:p></span></i></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aprendi
um bocado de palavras diferentes no velho dicionário do <a href="http://violaquebrada.blogspot.com/2006/09/em-terra-de-cego-quem-tem-um-olho-rei.html"><b>Rubão</b></a>. E aprendi também
que às vezes, mesmo juntando um dicionário inteirinho, a gente não consegue
explicar algumas coisas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aí eu
tentei fazer igual ao <a href="http://luciajornalista.blogspot.com/2009/03/morre-tiao-do-carro.html?zx=a995a2a048bfa84e"><b>Tião do Carro</b></a>, “<i>com palavras tão bonitas, caprichei bem na escrita”. </i>Mas mesmo
assim a explicação não saiu. Acho que é porque tem alguns tipos de felicidade que não tem palavra que
explique. Tem ausência, que às vezes é tão grande, que só a palavra <i>saudade</i>
parece ser pouca prá explicar. E vez ou outra aparece gente (de carne, osso,
alma e sentimento) que nos deixa completamente sem palavras. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">É este tipo de
gente que faz o dia valer a pena! =)</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/7jHBRFIc1uM" width="420"></iframe>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-65288751433660739442011-10-13T19:21:00.002-03:002011-10-13T19:21:49.243-03:00O Circo Montreal<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-4iVtBm9eEbI/TpdhzOQKDHI/AAAAAAAAAhM/Z-Z1bRuPZ1U/s1600/tumblr_ktdeg5xKjy1qapkj4o1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-4iVtBm9eEbI/TpdhzOQKDHI/AAAAAAAAAhM/Z-Z1bRuPZ1U/s320/tumblr_ktdeg5xKjy1qapkj4o1_500.jpg" width="229" /></a></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">De um lado fica a Serra da Mombuca. Do outro, a Serra da Pimenta. No meio das duas, Itarumã. E bem no meio de Itarumã, durante um mês inteirinho, ficou o Circo Montreal. </span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"> </span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Era um circo pequeno, mas para a molecada da rua que tinha pouco mais de um metro de altura, aquela lona colorida era o máximo! O</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"> terreno onde o circo foi armado ficava bem em frente à minha casa. E eu vi o mesmo espetáculo tantas vezes que já sabia de cor a hora que o sujeito das facas ia errar, jogar a faca para trás e arrancar um "óóóóó" do respeitável público. E mesmo sabendo o que ia acontecer, a gente corria para a matinê contando as moedas para comprar algodão doce e pipoca. E todas às vezes eu prendia a respiração, torcendo para o atirador de facas não machucar a mocinha.</span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"> </span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aí semana passada lá fui eu para o circo de novo. Desta vez um circo grande, com um nome esquisito. Moço... Foi tanta cor, som e movimento acontecendo ao mesmo tempo, que a gente só lembrou que aquilo tudo era faz de conta quando os artistas voltaram para o picadeiro - sem máscaras - para agradecer os aplausos. Foi realmente muito bonito e para a gente, que ficou ali espiando tudo de boca aberta, parecia até fácil voar de um lado para o outro.</span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 21px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 21px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">O <a href="http://www.tonicoetinoco.com.br/"><b>Tonico e Tinoco</b></a>, que apresentaram-se em circos de todo o Brasil, cantaram um dia:</span></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 21px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<blockquote>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 21px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>"Quando estou no drama que a platéia chora</i></span></span></blockquote>
<blockquote>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 21px;"><i>Eles ignora que tudo é ilusão</i></span></blockquote>
<blockquote>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 21px;"><i>O meu próprio drama eu nunca revelo</i></span></blockquote>
<blockquote>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 21px;"><i>Sinto a dor no peito bater em duelo </i></span></blockquote>
<blockquote>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 21px;"><i>No cenário triste do meu coração"</i></span></blockquote>
<br />
<div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 21px;">Voar, a gente não voa não! Mas é bem </span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 21px;">verdade que vez ou outra o caboclo disfarça o que está sentindo para fazer bonito e conseguir um aplauso. E aí</span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 21px;"> faz contorcionismo para dar conta do dia, dribla o leão, faz mágica para as contas fecharem e inventa uma piada mesmo sem achar lá muita graça. </span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 21px;"><br /></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 21px;">Vou contar uma coisa prá você: até hoje eu torço para o atirador de facas não machucar a mocinha. E eu sei que no final vai dar tudo certo. Mas até ele acertar o alvo... Só mesmo prendendo a respiração. E aí, enquanto isso, de um lado fica o que a gente sente. Do outro o que a gente mostra. E bem no meio fica o coração, apertado que só...</span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-6120088863071500132011-10-12T09:24:00.001-03:002011-10-12T09:24:30.469-03:00Do melhor jeito manera<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;">"To tocando essa vidinha</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;">Do melhor jeito manera<br />To sem pressa de matar<br />Essa vida passageira<br />Toda calma que eu puder<br />Vou gastar devagarinho<br />Quando vou pra um lugar<br />Dou cem voltas no caminho<br /><br />(...)</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;">Diz que a vida não se mede<br />Mas se aprende no viver<br />Não me atalho a paciência<br />To sem pressa de morrer<br />Seu cuitela numa estrada<br />Dou cem voltas no pomar<br />E só deixo a minha casa<br />Na certeza de voltar"</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"><b><br /></b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small; line-height: 19px;"><b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pena_Branca_e_Xavantinho">Pena Branca e Xavantinho</a></b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><br /></span></span><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/OuiNZpLwJfQ" width="420"></iframe>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-9202948733041727942011-10-04T17:48:00.000-03:002011-10-04T20:32:29.620-03:00Pingado com pão<br />
<div class="separator" style="clear: both; font-family: arial; font-size: small; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-xSH9le4eFao/TotvCifNdFI/AAAAAAAAAhI/lDFarVWFRFg/s1600/copo+americano+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-xSH9le4eFao/TotvCifNdFI/AAAAAAAAAhI/lDFarVWFRFg/s320/copo+americano+3.jpg" width="240" /></a></div>
<div style="font-family: arial; font-size: small;">
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong><br /></strong></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><br /></b></span></div>
<div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu já tinha perdido a hora, o ônibus e estava quase perdendo a paciência quando começou a chover. Aí eu lembrei que tinha perdido também o café da manhã. Já que eu ia ter que esperar a chuva diminuir mesmo, entrei na primeira padoca que apareceu e pedi um pingado com pão na chapa. Era um gole e uma espiada na chuva. Um mordida no pão e uma olhada no relógio. "<i>Tá atrasada, menina? Todo mundo vive atrasado, né?</i>". Era a tia do café. Eu ia engolir e responder, mas não deu tempo. Ela já tinha ido servir outra pessoa.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">A tia do café tinha razão. Espia só: um mês inteirinho passou e eu não consegui esticar a prosa aqui. Tá sobrando coisa prá contar, e por isso mesmo, faltando tempo prá escrever. Em setembro eu deixei tanta coisa "na espera" que é melhor nem lembrar. Aí tinha prometido que outubro ia ser diferente. Mas hoje já é dia 4 e eu comecei o mês de novo na correria, olhando para o relógio a cada cinco minutos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas eu ia contando da chuva que não passava... Eu ainda estava na padaria matutando sobre tudo o que “não” ia dar tempo para fazer quando a tia do café voltou. Achei que devia retribuir o comentário dela: "<i>Às vezes eu queria ter só uns cinco minutos a mais prá fazer uma ou outra coisa com calma, sabia?</i>". Ela concordou com a cabeça, colocou "um dedo de café" num copo, bebeu e soltou essa: "<i>Se você sabe quanto vale cinco minutos no seu dia, vai saber por que o seu coração bate, querida.</i>” Falou e pronto, foi lavar os copos sujos de café que estavam na pia.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Uns 15 minutos depois a chuva ficou mais rala e uma hora depois eu consegui chegar ao trabalho. Ruminei o dia inteirinho aquela prosa com a tia do café. E aí eu me dei conta que não foi a chuva que me atrasou. Foram os "cinco minutos" que fizeram meu coração me levar na noite anterior até o outro lado da cidade. "<i>Vai saber por que o seu coração bate...</i>" Não é que a tia do café acertou?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ia pensando nisso agora quando lembrei de uma moda do Renato Teixeira: "<a href="http://www.youtube.com/watch?v=Wc30KjI09mE"><b>então vamos que o tempo tá passando e o melhor nessa vida é ir andando</b></a>". A<span style="background-color: white; line-height: 14px;"> gente nunca sabe o que pode acontecer no dia de amanhã. E não adianta fazer planos porque basta chover no dia seguinte para mudar tudo. </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: white; line-height: 14px;">Mas se você consegue fazer valer (mesmo!) a pena pelo menos cinco minutos do seu dia (ou da sua vida inteira), a chuva, o ônibus atrasado, a pilha de coisas para terminar até o final do dia... Tudo isso fica mais fácil - ou menos difícil. É como diz o <b><a href="http://www.renatoteixeira.com.br/site/">Teixeira</a></b>: "</span><i>uma vida inteirinha não é nada prá que gosta dessa jornada</i>".</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">....</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">...</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">.. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
</div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><b><i>PS: Se passar pela rua Peixoto Gomide, em Sampa, pare prá tomar um pingado e trocar dois dedo de prosa com a tia do café da padaria Nóbrega. Mesmo se não estiver chovendo, vale a pena! </i>=)</b></span></div>
<div style="font-family: arial; font-size: small;">
</div>
Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-626042455696168932011-08-31T03:17:00.002-03:002011-08-31T08:23:31.079-03:00Vai doer. Mas é rapidinho!<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aí um dia, tentando fazer uma armadilha para um tatu no fundo do paiol, enfiei um estrepe enorme embaixo da unha. O filho do peão que estava montando a arapuca comigo me olhou com uma cara de “você não vai chorar por causa disso né?”. E aí eu não chorei.</span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas o danado do estrepe latejava. E ficou ali, incomodando um bom tempo. Eu não tinha coragem de mostrar para minha mãe por que ficava pensando na dor para tirar a farpa de madeira. <span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; color: black;">Não importa o quanto algo nos machuca. Às vezes, mesmo com dor, se livrar do que está machucando dói mais ainda...<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Dois dias depois, num segundo que eu descuidei da mão, minha mãe viu que meu dedo estava parecendo uma <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mangaba"><b>mangaba</b></a>. Tentei explicar que eu estava esperando o estrepe sair sozinho, mas não teve jeito. Em menos de 10 minutos ela já estava sentada, segurando minha mão de um lado e uma agulha do outro. Aí eu chorei. Muito. Moço... como doeu! E eu ainda estava chorando quando ela disse: “pronto, já tirei. Se tivesse tirado antes, não tinha doído tanto!”.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tem gente que faz coleção de estrepes embaixo da unha. Um mais dolorido que o outro. E vai deixando ali, esperando prá ver se o bendito sai sozinho. Eu mesma, até hoje, finjo que não estou com vontade de chorar. E ainda escondo um ou outro estrepe embaixo da unha na esperança que ele pare de doer sozinho. Acredite: não pára. E pode apostar, vai doer para tirar. E eu estou sendo honesta porque minha mãe nunca mentia prá gente – quando ia doer ela avisava. Mas também lembrava: “vai doer agora, mas é rapidinho! Depois passa e você pode ir brincar”. Tá, nem sempre é rapidinho. Mas a dor passa mesmo, juro! Eu acho... =)<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; color: black;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"> </span></o:p></span></span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"> </span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="apple-style-span"><i><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Ainda em tempo: não pegamos o tatu.</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><o:p></o:p></span></span></span></i></span><br />
<span class="apple-style-span"><i><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br />
</span></b></span></span></i></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-araMtr6C3yY/Tl4Zk42kdPI/AAAAAAAAAg8/9E0YXks5UHA/s1600/babyhands.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://2.bp.blogspot.com/-araMtr6C3yY/Tl4Zk42kdPI/AAAAAAAAAg8/9E0YXks5UHA/s320/babyhands.jpg" width="320" /></a></div><span class="apple-style-span"><i><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br />
</span></b></span></span></i></span></div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-72711043072620294102011-08-29T20:42:00.002-03:002011-08-30T21:52:17.145-03:00Presta atenção<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">O Gonçalo partiu fora do combinado há alguns meses. E até agora eu não tinha falado disso porque não sabia o que falar. Perder um amigo é algo que “dói a ponto de não dar para respirar”. Aí há alguns dias eu conheci a Dona Jussara, mãe do Gonçalo. E foi ela que encontrou palavras para o que eu achava que não tinha explicação:</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><blockquote><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> “Às vezes dói a ponto de não dar para respirar. Mas é assim que a gente sobrevive. Você começa de novo todo dia. E de novo. E outra vez no dia seguinte. E sempre, todas às vezes, o mesmo sentimento te deixa sem ar. É uma porteira que reparte o coração entre a saudade e a vontade de continuar vivendo”.</i></span></blockquote><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Conversar com a Dona Jussara abriu algumas porteiras no meu coração... Da mesma forma que há quatro anos, no meio de outro redemoinho, o filho dela abriu uma porteira enorme e deixou passar tanto carinho e tanta paciência, que hoje eu faria de tudo para ter só um bocadinho dele aqui perto da gente. E aí eu passei as duas últimas semanas matutando o último pedacinho da minha conversa com a Dona Jussara:</span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><blockquote><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>"a vida não é curta do jeito que o povo fala, viu menina? A vida é longa... mas ela é rápida. E passa! Presta atenção porque daqui a pouco não dá mais prá voltar e fazer de novo." </i></span></blockquote><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Bom seria aprender isso de um jeito mais fácil. Mas como o Gonçalo mesmo vivia perguntando: "por que é que você insiste em fazer tudo do jeito mais difícil?". Vai saber...<i> “Mas é assim que a gente sobrevive. Você começa de novo todo dia.”</i></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br />
</i></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">......</span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i></i></span></div><div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>"A porteira é a fronteira que meu coração reparte</i></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>(...) Vou rezar só pra que o vento nunca vire tempestade</i></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>(...) Não vou lutar contra o que me faz feliz</i></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Eu sou assim mesmo... Meu coração está do lado de lá da porteira"</i></span></div><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i></i></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="display: inline !important; line-height: normal;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><a href="http://www.myspace.com/zehelder">Zé Helder</a></span></i></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i></i></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><o:p></o:p></i></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><br />
<blockquote><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br />
</i></span></blockquote></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-65616199512845790512011-08-25T23:37:00.000-03:002011-08-26T18:53:56.214-03:00Saudade<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 19px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span></span><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">A saudade é uma estrada longa<br />
Que começa e não tem mais fim<br />
Suas léguas dão volta ao mundo<br />
Mas não voltam por onde vim</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">A saudade é um estrada longa<br />
Que começa e não tem mais fim<br />
Cada dia tem mais distâncias<br />
Afastando você de mim</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tantas foram as vezes<br />
Que nos enganamos<br />
Outras vezes nos desencontramos<br />
Sem nem perceber<br />
Mesmo sem razão eu quero lhe dizer<br />
Sem intenção<br />
Ver tudo se perder<br />
Dói tanto, tanto</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">A saudade é uma estrada longa<br />
Nem é boa e nem é ruim<br />
Vou seguindo sempre adiante<br />
Nunca volto,<br />
Eu sou mesmo assim</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">A saudade é uma estrada longa<br />
Que hoje passa dentro de mim<br />
Me armei só de esperanças<br />
Mas usei balas de festim</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><a href="http://www.almirsaterbrasil.com.br/"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Almir Sater</span></a></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-51113195766661213982011-08-16T21:47:00.005-03:002011-08-30T17:40:57.481-03:00Não faça contas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-nlR0rTiq3L0/TksMIzb6xmI/AAAAAAAAAac/E5XtgOMGFLw/s1600/digitalizar0001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="317" src="http://3.bp.blogspot.com/-nlR0rTiq3L0/TksMIzb6xmI/AAAAAAAAAac/E5XtgOMGFLw/s320/digitalizar0001.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Durante o mês de julho eu rodei 3.720 quilômetros e fiquei 56 horas dentro do ônibus. Agosto não vai ser diferente. E acho que setembro também não. Nesta toada, se não mudar a rotina, até dezembro terei rodado 22.320 quilômetros em 336 horas. </span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Quando terminei de fazer esta conta eu achei que tinha errado alguma coisa. Aí pedi para um caboclo mais entendido do riscado assuntar se eu tinha feito o cálculo certo. Tinha. E quando ele entendeu a conta ficou me olhando de rabicho de olho um tempo, resolvendo se perguntava ou não. Aí perguntou: “vale mesmo a pena rodar 930 quilômetros todo final de semana?”. </span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Antes de continuar este causo, me deixa explicar: nos últimos meses eu tenho me dividido em duas casas: a “casa que eu preciso” e a “casa onde mora meu coração”. De segunda a sexta eu fico na casa que eu preciso. Mas no final de semana, mal termina a sexta-feira, eu corro para a “casa do coração”.</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Aí na semana passada, enquanto eu fuçava na internet para ver se o tempo passava mais ligeiro, recebi um e-mail de um caboclo lá de Minas: o Chico. Garrei numa prosa boa com esse mineiro e aí, conversa vai, conversa vem, o Chico mandou essa: “a fibra ótica é boa mas perde muito ainda para o velho calor humano”. A prosa era sobre amizade, carinho, saudade e todas estas coisas que a gente só entende “mesmo” quando fica longe. E foi pensando no que o Chico falou que eu respondi a pergunta do meu amigo entendido em números: “vale... vale muito à pena”.</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">E aí, prá terminar a prosa, botei prá tocar uma moda do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Alvarenga_e_Ranchinho">Alvarenga e Ranchinho</a>: </span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><i><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">“Ó que saudade que eu tenho</span></i></div><div class="MsoNormal"><i><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Que doce recordação</span></i></div><div class="MsoNormal"><i><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Da minha casa de páia</span></i></div><div class="MsoNormal"><i><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Que eu deixei lá no sertão</span></i></div><div class="MsoNormal"><i><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">(...)</span></i></div><div class="MsoNormal"><i><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">A casa menor da terra</span></i></div><div class="MsoNormal"><i><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;"><a href="http://www.vagalume.com.br/alvarenga-e-ranchinho/casa-de-paia.html"><b>O amor maior do mundo</b></a>”</span></i></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt;">Para algumas coisas na vida não adianta fazer conta, nem medir a distância, contar o tempo... A gente ama e ponto. </span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-9962631516215285872011-07-21T19:41:00.006-03:002011-07-22T10:50:45.084-03:00Arroz com abacaxi<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-DZdBk7scKlA/Til-6FbeArI/AAAAAAAAAaE/H_aKWZ1emts/s1600/crw_2988copy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-DZdBk7scKlA/Til-6FbeArI/AAAAAAAAAaE/H_aKWZ1emts/s320/crw_2988copy.jpg" t$="true" width="210" /></a></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: CorpoS;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Arroz branco com abacaxi. Mesmo com o pessoal da mesa olhando meio torto para o prato, eu comi o tal abacaxi “com vontade” mesmo – é um dos pratos que eu mais gosto. “<em>Mais caipira impossível...</em>”, alguém brincou na ponta da mesa. E eu fiquei tão preocupada com todo mundo achando aquilo esquisito, que peguei outra fatia e coloquei no prato. =P<br />
</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: CorpoS;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No dia seguinte, em cima da minha mesa, achei uma pasta com a foto de um abacaxi e um bilhetinho: “este abacaxi é para você”. </span></span><span style="font-family: CorpoS;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Era mesmo um baita abacaxi... Levei a semana inteira prá “descascar” o bendito. Aí me lembrei da Dona Maria Beluzzo falando: “não... não pega esse não porque ainda não tá maduro! Vai querer comer abacaxi azedo?”. Minha avó plantava abacaxi na fazenda onde morávamos. A plantação ficava bem próxima da sede e de vez em “sempre” a gente passava correndo ali perto e ganhava um arranhão novo nos espinhos daquele mundaréu de abacaxis. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: CorpoS;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu nunca aprendi qual era o segredo para saber qual abacaxi estava maduro. E tinha um talento especial para escolher os mais azedos, era impressionante. Mas desta vez... Moço, não é que eu acertei? Deixei o “abacaxi” maturando e todo dia eu dava uma espiada nele. Levou uma semana inteirinha (e um ou outro arranhão), mas não é que deu certo? No final das contas o tal abacaxi ficou docinho, docinho... </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: CorpoS;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Devolvi a pasta com o “abacaxi” e outro bilhetinho: “<em>Só mesmo uma caipira prá fazer esse abacaxi ficar doce! Esse povo da cidade grande tem muita pressa. Mas não se preocupe: agora eu tô aqui!</em>”. Coincidência ou não, na hora do almoço tinha abacaxi no cardápio de novo. E quando eu cheguei à mesa, espia só prá isso: todo mundo comendo arroz branco com abacaxi. =)</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: CorpoS;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">---</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: CorpoS;"><span style="font-family: Verdana;">--</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: CorpoS;"><span style="font-family: Verdana;">-</span> </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: CorpoS; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">Ainda em tempo, aqui vai uma dica da Dona Maria: prá escolher seu abacaxi, fique de olho nas folhas da coroa – se estiverem se soltando com facilidade, isso significa que o abacaxi está no ponto. Espero que você tenha mais sorte que eu na hora de escolher...</span></span></span></i></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-65926851835293604202011-07-19T00:48:00.007-03:002011-08-17T00:55:32.590-03:00Um bocadinho do Chico...<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 19px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>"Se eu não mato a saudade, é "deixa estar"<br />
Saudade mata a gente, saudade mata a gente, menina..."</i></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 19px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><a href="http://letras.terra.com.br/chico-buarque/45177/"><b>Chico Buarque</b></a></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/NEIRotlUgbs" width="425"></iframe></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-13959923590289360402011-06-27T13:37:00.002-03:002011-06-27T13:50:43.241-03:00Para aqueles que ganharam meu coração<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"> <a href="http://1.bp.blogspot.com/-uwZAdeav_dM/Tgizmcm3bdI/AAAAAAAAAaA/TE0Sp8SHXEM/s1600/tumblr_l0nzmfSzJo1qzno1vo1_500.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="231" src="http://1.bp.blogspot.com/-uwZAdeav_dM/Tgizmcm3bdI/AAAAAAAAAaA/TE0Sp8SHXEM/s320/tumblr_l0nzmfSzJo1qzno1vo1_500.png" width="320" /></a></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 18px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 18px;">Por conta do trabalho, eu passei muitas horas em aeroportos nos últimos meses. Muito mais do que eu gostaria, na verdade. Então, para não pensar no que eu poderia estar fazendo enquanto ficava ali – sem fazer nada –, eu me distraia observando as pessoas chegando e saindo nas salas de espera. Parece entediante, eu sei. Mas eu me divertia imaginando uma história diferente para cada uma delas. Cheguei até a escrever algumas. E foi assim, inventando histórias para desconhecidos, que eu conheci o Álvaro. Ele trabalha há quase 20 anos como motorista de uma empresa em São Paulo e, todos os dias, está em Guarulhos segurando uma plaquinha com o nome de alguém que ele nunca viu na vida. Um sujeito incrível, o Álvaro!</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;">Nos falamos uma única vez. Enquanto nós dois esperávamos, dividimos uma mesa, um café e algumas histórias. E ele me disse uma coisa que eu achei o máximo – todo dia ele se arruma e fica na expectativa de conhecer alguém diferente. Há dias bons e dias ruins. Mas todos os dias existe alguém novo esperando encontrá-lo no aeroporto. <i>“Essa pessoa pode fazer parte da minha vida só alguns minutos, enquanto está no meu carro. Ou pode ficar no meu coração o resto da vida... a gente nunca sabe, né? Então eu me preparo todo dia! Porque a qualquer momento eu posso conhecer alguém que pode ganhar meu coração”. </i>Eu não sei se eu ganhei o coração do Álvaro. Mas ele certamente ganhou o meu.</span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;"> </span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;">Se você botar reparo, vai perceber que só nos falta a plaquinha com o nome... Porque todos os dias conhecemos alguém novo, alguém que pode ganhar o nosso coração para sempre. E na maior parte do tempo, a gente não encara isso com a mesma alegria e expectativa do Álvaro. </span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;">E aí eu resolvi contar esta história hoje (prestes a ficar longe de um bocado de gente eu amo), porque só agora me dei conta da quantidade de pessoas que ganhou meu coração nos últimos 12 anos. Gente que todo dia ocupa um pedacinho da minha vida e que vai fazer uma falta danada...</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;">Tem uma música do <a href="http://www.miltonnascimento.com.br/"><b>Milton Nascimento</b></a> que diz: <i>“<a href="http://letras.terra.com.br/milton-nascimento/47425/"><b>e assim, chegar e partir são só dois lados da mesma viagem</b></a>”</i>. Para não ficar matutando sobre o que estou deixando prá trás, fiz um trato comigo: ao invés de pensar na tristeza da partida, vou fazer como o Álvaro e viver a expectativa da chegada. M</span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;">esmo sem "plaquinha na mão", comecei a me preparar para conhecer aqueles que a qualquer momento podem ganhar meu coração em outro lugar. Mas vou já morrendo de saudades. Sabendo que o que </span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;">"conta mesmo" é saber que tem alguém ali na sala de espera com os braços abertos, cheios de saudade esperando por você. E isso ganha o coração da gente por inteiro...</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;"><br />
</span></span>Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-64237187614210977732011-06-12T22:19:00.000-03:002011-06-12T22:19:33.306-03:00Poeminha Amoroso<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">No início do ano, durante uma viagem, carreguei comigo um livro da <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cora_Coralina">Cora Coralina</a></b>. Um dos poemas dela, um tal "Poeminha Amoroso", ficou guardado durante meses dentro da minha agenda esperando a hora de sair. Não saiu. </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas como Vinícius e Toquinho disseram certa vez que "<span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><i><b><a href="http://letras.terra.com.br/vinicius-de-moraes/49266/">mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão</a></b></i>" cá estamos, Cora e eu, fechando o bendito Dia dos Namorados com o poeminha que quase ficou esquecido. </span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><br />
</span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;">Nunca fui boa com declarações de amor. Gaguejo, fico sem graça e (veja você!), perco as palavras. Ainda bem que sempre há um poeta prá traduzir o que a gente sente. E neste caso, devo dizer, a simplicidade e doçura da caipira Cora Coralina, fizeram toda a diferença... </span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><br />
</span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;">Assim, "</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>talvez tu possas entender".</i></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-tcvrS6St49s/TfVgYQV2b5I/AAAAAAAAAZk/2IdSgDAPvHU/s1600/papy_et_mamie.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="color: black;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-tcvrS6St49s/TfVgYQV2b5I/AAAAAAAAAZk/2IdSgDAPvHU/s320/papy_et_mamie.jpg" width="243" /></span></a></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br />
</i></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><b>"Este é um poema de amor</b></i></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><b>tão meigo, tão terno, tão teu... </b></i></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><b>É uma oferenda aos teus momentos </b></i></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><b>de luta e de brisa e de céu... </b></i></span></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>E eu, </i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> quero te servir a poesia</i></span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>numa concha azul do mar </i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> </i></span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>ou numa cesta de flores do campo. </i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> </i></span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Talvez tu possas entender o meu amor. </i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> </i></span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Mas se isso não acontecer, </i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> </i></span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>não importa. </i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> </i></span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Já está declarado e estampado </i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> </i></span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>nas linhas e entrelinhas </i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> </i></span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>deste pequeno poema, </i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> </i></span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>o verso; </i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> </i></span></b></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><b>o tão famoso e inesperado verso </b></i></span></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>que </i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> te deixará pasmo, surpreso, perplexo... </i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> </i></span></b></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><b>eu te amo, perdoa-me, eu te amo..."</b></i></span></div><div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br />
</i></span></div><div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><i>Na foto, os avós do fotógrafo americano Scott Schuman. A foto foi feita na França no início da década de 50, meses antes deles se casarem e ficarem juntos por mais de 40 anos</i></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-7681308661054661602011-06-09T14:52:00.003-03:002011-06-09T15:18:07.418-03:00Redemoinho<div style="text-align: center;"><span style="color: black; font-family: Verdana, sans-serif;"><em>"O redemoinho é para desacomodar as coisas, arranjando o desarranjado, e desarranjando o arranjado". </em></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="color: #000099;"><span style="font-size: xx-small;"><em><a href="http://www.terra.com.br/istoe-temp/1655/comportamento/1655_acredite_se_quiser.htm"><strong>José Oswaldo Guimarães</strong></a><strong>*</strong></em></span></span></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Vai ver é isso: um redemoinho passou por aqui e eu nem vi. Porque pelo que eu lembro os redemoinhos são assim mesmo: rápidos e ligeiros.</span></div><div style="text-align: left;"><br />
</div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ainda criança, a gente vivia correndo atrás daqueles redemoinhos que se formavam no meio do terreiro da fazenda. Os peões diziam que era <a href="http://violaquebrada.blogspot.com/2008/01/saci-no-existe-tenho-um-amigo-que-cria.html"><strong>saci</strong></a><strong> </strong>fazendo festa. Mas prá gente nem interessava o que era. A criançada queria era alcançar e entrar bem no meio do tal redemoinho que rodava, rodava e de repente sumia, tão rápido quanto tinha aparecido.</span></div><div style="text-align: left;"><br />
</div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Agora, depois de grande, tenho a impressão que eu finalmente consegui entrar dentro do bendito redemoinho. E moço... que bagunça esse danado faz! Outro dia mesmo passou um por aqui levantando poeira e as folhas que já estavam assentadas. Fez sujeira, bagunçou o que já era certo e sumiu. Não deu tempo nem de ver pra que lado! </span></div><div style="text-align: left;"><br />
</div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Depois daquela ventania toda eu juntei as folhas novamente, tirei daqui, coloquei dali. Sei não... mas parece que continua tudo fora do lugar. Mas pelo rumo do vento, acho vem outro redemoinho por ai. Então agora é esperar. Quem sabe no próximo "o desarranjado volte a se arranjar?" =)</span></div><div style="text-align: left;"><br />
</div><div style="text-align: left;"><br />
</div><div style="text-align: left;"><em><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>*</strong><a href="http://www.terra.com.br/istoe-temp/1655/comportamento/1655_acredite_se_quiser.htm"><strong>José Oswaldo Guimarães</strong></a><strong> </strong>é Presidente da Associação Nacional dos Criadores de Saci</span></em></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-58955601527700138672011-06-02T03:07:00.001-03:002011-06-09T14:31:20.647-03:00Ruminando<div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Tem um punhado de músicas que eu só fui entender depois de grande. Era engraçado porque por um bom tempo eu criava as minhas próprias versões. De vez em quando eu inventava umas duas (ou dez) palavras novas para substituir as originais que eu não entendia. Aí sim... na “minha versão” eu entendia tudo, era uma beleza! Na maior parte do tempo eu sabia que estava cantando errado. E mesmo depois que alguém me corrigia, se na “minha versão” a música tivesse ficado mais bonita (prá mim, claro!), eu acabava optando por ela. Ainda faço isso até hoje. Só não conto (nem canto) prá ninguém. =)</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Foi assim que eu arrumei uma “ração estragada” para a música do <a href="http://www.rolandoboldrin.com.br/"><b>Boldrin</b></a>...</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 10pt;"><a href="http://letras.terra.com.br/rolando-boldrin/222614/"><b>Diz que eu rumino desde menininho, fraco e mirradinho, a ração “estragada”</b></a></span></i></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Ri sozinha lembrando isso hoje. Voltando de uma apresentação do <b><a href="http://www.ricardovignini.com.br/">Ricardo Vignini</a> </b>e do <a href="http://www.myspace.com/zehelder"><b>Zé Helder</b></a>, coloquei o som baixinho e “<a href="http://letras.terra.com.br/rolando-boldrin/222614/"><b>Vide, vida marvada</b></a>” foi a primeira música que tocou. Engraçado porque a palavra mais difícil na música era justamente a que eu melhor entendia: “ruminando”. </span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 10pt;"><a href="http://letras.terra.com.br/rolando-boldrin/222614/"><b>Vou mastigando o mundo e ruminando e assim vou tocando essa vida marvada</b></a></span></i></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Para o caboclo, isso é coisa de bicho. "Ruminar" é tornar a mastigar, remoer os alimentos que voltam do estômago para a boca. Nojento, né? Eu também achava quando era criança. Mas espia só prá isso: depois de grande descobri que não era só boi e vaca que ruminavam. "Gente" também perde um bocado de tempo remoendo, remascando, remastigando e matutando as ideias. A coisa vai e volta... e a gente nem sempre consegue engolir o assunto e pronto.</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Hoje mesmo, enquanto eu ouvia o Boldrin, eu ruminei um par de horas sobre uma história que podia até virar uma moda de viola, de tão comprida. Tem um pedaço desta moda que precisa de uma versão nova, igual as que eu fazia quando era criança. Mas moço... não sai de jeito nenhum! </span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 10pt;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Na música do Boldrin, “<i>diz que ruminando dá pra ser feliz</i>”. Então tá, vou ali ruminar mais um bocadinho e depois eu conto procês como é que ficou essa moda...</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13px;"> </span> <br />
</div><div class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 10pt;"><a href="http://www.blogger.com/goog_1776339834"><b>“Cumpadi meu que inveieceu cantando</b></a></span></i></div><div class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 10pt;"><a href="http://www.blogger.com/goog_1776339834"><b>Diz que ruminando dá pra ser feliz</b></a></span></i></div><div class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 10pt;"><a href="http://www.blogger.com/goog_1776339834"><b>Por isso eu vagueio ponteando</b></a></span></i></div><div class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 10pt;"><a href="http://letras.terra.com.br/rolando-boldrin/222614/"><b>E assim procurando minha flor-de-liz”</b></a></span></i></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-83830611411057598042011-05-25T17:42:00.001-03:002011-05-25T19:19:47.112-03:00Proseia que eu te escuto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-4qn9RvdCImA/Td0wRrK5OkI/AAAAAAAAAZA/ssSH4dkgkic/s1600/DEDO+DE+PROSA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="http://1.bp.blogspot.com/-4qn9RvdCImA/Td0wRrK5OkI/AAAAAAAAAZA/ssSH4dkgkic/s320/DEDO+DE+PROSA.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: normal;"><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: normal;"><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">A cozinha da casa dos meus pais sempre foi um lugar movimentado. O dia todo você encontra alguém ali tomando um café, colocando a conversa em dia, comendo um pedaço de bolo ou biscoito, levando bronca ou ouvindo um conselho.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por isso não era difícil de vez em quando a gente pegar o rabicho de uma conversa, de uma piada ou de um causo qualquer. Foi assim que um dia ouvi meu pai afirmando para um peão: “<i>não... falar não adianta! Tem é que chamar o sujeito prá prosa</i>". Lembrei dessa história hoje porque passei boa parte do dia proseando. E meu pai estava certo – falar é diferente de prosear. <o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">A Lya Luft diz que “<i>a boa prosa tem em suas entrelinhas um vento de poesia</i>”. Acho que é esse vento danado que faz as palavras saírem mais leves na hora da prosa, sem dar tempo prá gente ficar discutindo quem está certo ou errado. Proseando a gente escuta mais. E a prosa – que pode ser séria ou só um causo ligeiro – parece que clareia melhor as coisas. <o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tem uma <a href="http://www.youtube.com/watch?v=GNRyRaZjXg4"><b>moda</b></a> do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ti%C3%A3o_Carreiro_%26_Pardinho"><b>Tião Carreiro e Pardinho</b></a> que afirma: tem prosa que nem precisa de palavras...</span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: center;"><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>"No meio da passarada </i></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: center;"><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>por sinal os dois proseia"</i></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i></i>Olha que lindo isso! Tem gente que fica tão aflita porque tem que conversar, que explicar, que entender, e justificar, e responder... Eu, se fosse você, arrumava um tempinho prá dois dedo de prosa, viu? Funciona que é uma beleza!<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: normal; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><b><i>“...e me pergunto já em prosa: existe coisa mais gostosa?”</i></b></span></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><b><i></i></b></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><i><b>Fábio Alexandre Sexugi, poeta paranaense e, assim como eu, beberrão de café</b></i></span></div>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-34021754.post-17905664824033565412011-05-24T22:10:00.000-03:002011-05-24T22:10:05.715-03:00Caramelo e chocolate<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-NV2g0DCfe5c/TdxWLTVpdQI/AAAAAAAAAY8/F7EpSfvLxUw/s1600/candy-photo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://2.bp.blogspot.com/-NV2g0DCfe5c/TdxWLTVpdQI/AAAAAAAAAY8/F7EpSfvLxUw/s320/candy-photo.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quem tem criança em casa sabe que vez ou outra a gente precisa ter uma “moeda de troca”. Em casa, por exemplo, a moeda de troca era a balinha Toffee, que minha avó sempre tinha no armário. “Não comeu tudo? Fez birra prá tomar banho? Subiu na caixa d’água escondido?” Sempre existia um motivo para negociar a tal bala Toffee! =)</span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas o que matava mesmo era escolher o sabor da bala... Eram sempre dois, na maioria das vezes, caramelo e chocolate. Eu amava a de chocolate! Mas sempre ficava na dúvida entre uma e outra porque se me arrependesse, teria que esperar até o dia seguinte para escolher outra vez.<u><o:p></o:p></u></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aí eu cresci. E ainda amo a bendita bala Toffee de chocolate. E até hoje sofro um bocadinho toda vez que eu tenho que escolher entre uma coisa e outra. Parece até que eu escuto minha vó dizendo: “escolhe só uma, as duas não pode”. Esse “não pode” é que mata...<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tem uma moda do <b><a href="http://www.boamusicaricardinho.com/familiadevioleiros_32.html">Vieira e Vieirinha</a> </b>que eu ouvi ainda agorinha (opa... rimou!), que conta a história do patrão que oferece uma das três filhas para o caboclo casar. E o peão responde ligeiro:<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br />
</i></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>"Eu ficava pensativo sem ter o que falá</i></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Prá mim, ai... não tem escoia! Todas elas são iguá!" </i></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Olha prá isso... são nada! É só escolher uma e eu aposto que o peão ia ficar pensando se não tinha feito a escolha errada. Porque escolher entre um sabor e outro é um privilégio! O diabo é ter que renunciar um deles, entendeu? Depois de grande a gente já não tem mais tempo de esperar o dia seguinte para escolher de novo. E se você escolhe a bala Toffee errada?</span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Fiquei matutando sobre isso agora a noite enquanto voltava prá casa. Parei num boteco e enchi o bolso de bala – todas de chocolate! A bala grudou no dente, depois no céu da boca e eu tive que fazer um monte de caretas para arrancar um pedaço dela que ficou pregado lá no cantinho... Mas moço, eita bala gostosa! <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Confesso que ainda dá um frio na barriga na hora de escolher o sabor da balinha. Mas depois de escolhido, se você souber curtir cada pedacinho da bala (até aqueles que dão trabalho e ficam grudados no dente!), nem vai lembrar que a dúvida existiu antes. No final das contas, minha avó é que tinha razão: “as duas, não pode”. Se não, que graça tem? =)</span></div>Unknownnoreply@blogger.com0