22 janeiro 2013

O causo da bicicleta

Quando eu tinha uns 9 anos, a TV Anhanguera exibia um programa aos domingos de manhã que eu adorava: Frutos da Terra. Era um programa regional que apresentava cantores e personalidades de Goiás.

Foi nesse programa que eu conheci o Geraldinho. Hoje ele é conhecido no Brasil inteiro e a internet ajudou a esparramar os causos dele por aí (se você nunca ouviu falar, pode parar um bocadinho e espiar aqui!). Mas naquela época o caboclo que contava histórias na TV era só o Geraldinho, um matuto genuíno que parecia ter saído ali da cozinha da nossa fazenda.

Aí mês passado fomos para Pirenópolis, pertinho de Goiânia. A cidade é linda e suas ruas de pedra (as primeiras ruas do Estado de Goiás) são cheias de história. Quando viu isso o André, meu marido, resolveu que queria conhecer Piri de bicicleta. Não seria um problema, exceto por um detalhe: eu não ando de bicicleta.

Nesta mesma época em que o Geraldinho e eu proseávamos pela televisão, eu peguei uma bicicleta (escondido) emprestada e só descobri que a bendita não tinha freio numa baita descida. Só parei quando um fusca cruzou meu caminho. Um pouco pelo castigo, outro pouco pelo tombo e os ralados que ficaram dele, nunca mais subi numa bicicleta.

Quem contava outra história de bicicleta era Geraldinho – um causo que prá mim é impagável! Narrando a sua primeira vez em cima de uma “magrela”, ele garantia que “não sabia administrá o rumo que precisava... No rumo que a bicicleta embalasse era esse mesmo”.

Sabe aquela história de “é igual andar de bicicleta... ninguém esquece”? Pois é... Conto do vigário! Eu tentei. E caí, claro. Mas já estou aceitando a idéia que o problema não é a bicicleta (rsrs). Por conta do medo eu fico de olho no caminho e esqueço que de recuperar o equilíbrio. Faço que nem o Geraldinho: o rumo que a bicicleta toma eu vou junto! =P

Não é muito diferente do que a gente faz o resto do tempo, né? Conheço caboclo por aí que se preocupa demais com o que vem daqui a pouco e esquece que precisa respirar fundo e manter o equilíbrio é “agora”. É bem verdade que às vezes não evita o tombo, mas dá mais coragem prá levantar e começar tudo de novo. Mais que isso... Quando a gente “se equilibra”, descobre que fica mais fácil administrar o caminho decidir o rumo que vai tomar...

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Prá ouvir o causo da bicicleta do Geraldinho é só clicar no vídeo aí embaixo. Vale pela história e pela simplicidade de um caboclo que deixou saudade!

08 janeiro 2013

Fui ali casar. Mas já voltei!


Feliz 2013 procês! Eu sei que tá atrasado... Mas é de coração! 

Faz um tempo que eu não apareço por aqui e depois da nossa última prosa o tempo passou ligeiro! Já rolou um terremoto na Argentina, descobriram a partícula de Deus, o Corinthians foi campeão da Libertadores e teve gente por aí jurando que o mundo ia acabar – mas Corinthians não teve nada com isso... =P

Aí já começou outro ano, o mundo não acabou e eu nem vi direito tudo isso acontecer. Deixei o computador um pouco de lado nos últimos seis meses por conta de um casamento – o meu! “A festança no sertão”, como diriam Tonico e Tinoco.

O casório aconteceu lá em Rio Preto, no meio do mato, do jeito que a gente queria. Mas foi uma piscada e pronto! A festa já tinha acabado, a música não estava mais tocando e o povo todo tinha ido embora.

E aí veio 2013, um outro capítulo para começar e um companheiro para viver novos causos comigo. Com ele veio a novidade: outra mudança de cidade. Eu amo São Paulo. Nós dois aprendemos a gostar dessa cidade. Mas resolvemos voltar para o interior para começar nossa família.

Um dia desses, pouquinho antes do casório, uma amiga querida me disse que prá ter certeza em qualquer decisão, basta estar com o coração leve. E aí eu tô aqui escrevendo e lembrei a viola do Enúbio Queiroz ponteando enquanto meu pai e eu seguíamos para o altar. Lembrei do sorriso do André me esperando, do olhar cúmplice da minha mãe, do carinho dos meus irmãos, de todos os abraços que me envolveram nas últimas semanas... Vou te contar uma coisa: foi a decisão mais leve de toda minha vida!

E é assim, de coração e alma leves que eu tô voltando – para o interior e para as prosas aqui do Viola! Pode ir chegando... Já que o mundo não acabou, vamos esticar a conversa, uai! =)



"...e a alma leve, leve, leve... São folhas e flores ao vento!" Renato Teixeira

Minha mãe... sempre ela
A viola de Enúbio Queiroz
A bênção do Rubão
De coração e alma leves...