12 junho 2011

Poeminha Amoroso

No início do ano, durante uma viagem, carreguei comigo um livro da Cora Coralina. Um dos poemas dela, um tal "Poeminha Amoroso", ficou guardado durante meses dentro da minha agenda esperando a hora de sair. Não saiu. Mas como Vinícius e Toquinho disseram certa vez que "mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão" cá estamos, Cora e eu, fechando o bendito Dia dos Namorados com o poeminha que quase ficou esquecido. 

Nunca fui boa com declarações de amor. Gaguejo, fico sem graça e (veja você!), perco as palavras. Ainda bem que sempre há um poeta prá traduzir o que a gente sente. E neste caso, devo dizer, a simplicidade e doçura da caipira Cora Coralina, fizeram toda a diferença... 

Assim, "talvez tu possas entender".


"Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu... 
É uma oferenda aos teus momentos 
de luta e de brisa e de céu... 
E eu,  quero te servir a poesia
numa concha azul do mar  
ou numa cesta de flores do campo.  
Talvez tu possas entender o meu amor.  
Mas se isso não acontecer,  
não importa.  
Já está declarado e estampado  
nas linhas e entrelinhas  
deste pequeno poema,  
o verso;  
o tão famoso e inesperado verso 
que  te deixará pasmo, surpreso, perplexo...  
eu te amo, perdoa-me, eu te amo..."

Na foto, os avós do fotógrafo americano Scott Schuman. A foto foi feita na França no início da década de 50, meses antes deles se casarem e ficarem juntos por mais de 40 anos

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