No início do ano, durante uma viagem, carreguei comigo um livro da Cora Coralina. Um dos poemas dela, um tal "Poeminha Amoroso", ficou guardado durante meses dentro da minha agenda esperando a hora de sair. Não saiu. Mas como Vinícius e Toquinho disseram certa vez que "mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão" cá estamos, Cora e eu, fechando o bendito Dia dos Namorados com o poeminha que quase ficou esquecido.
Nunca fui boa com declarações de amor. Gaguejo, fico sem graça e (veja você!), perco as palavras. Ainda bem que sempre há um poeta prá traduzir o que a gente sente. E neste caso, devo dizer, a simplicidade e doçura da caipira Cora Coralina, fizeram toda a diferença...
Assim, "talvez tu possas entender".
"Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu, quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso
que te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo..."
Na foto, os avós do fotógrafo americano Scott Schuman. A foto foi feita na França no início da década de 50, meses antes deles se casarem e ficarem juntos por mais de 40 anos
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