Por muito tempo o Luiz foi melhor amigo. Destes que a gente conhece quando ainda é criança e que crescem do nosso lado, nos conhecendo melhor que a gente mesmo. Foi com o Luiz que eu aprendi que alguns dias têm cheiro diferente.
O tal “cheiro” era um cheiro que só ele sentia. De vez em quando, sem que nada de especial tivesse acontecido, ele olhava pra mim e dizia: “tô sentindo cheiro de história nova”. Aí eu ria, ia para o meu canto e escrevia. Nestes dias eu escrevia direto, sem apagar nada. Só parava quando me sentia mais leve, quando a história inteira tinha saído de mim.
Enquanto isso o Luiz ficava fazendo cálculos, contas e progressões aritméticas. Uma vez me disse que nós dois gostávamos de vírgulas – eu nas palavras, ele nos números. Mas isso já faz muito tempo, quando eu ainda nem imaginava que ia viver disso: histórias, palavras e vírgulas.
Nunca tinha sentido esse tal “cheiro de história nova” até que hoje me lembrei do Luiz enquanto lia o e-mail do João Molento (outro grande amigo que sempre passa por aqui) me cobrando histórias novas. Pela primeira vez senti o tal cheiro que acompanhou minhas histórias de menina. Aí aproveitei para mudar um pouco a cara do blog e colocar coisas novas aqui. E aposto que o Luiz está dizendo agora com o sorriso no canto da boca: “tô sentindo cheiro de história nova”.
:: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: ::
Falando em cheiro, deu vontade de ouvir “Cheiro de Relva”, um clássico da música sertaneja. Foi escrita há 27 anos pelo compositor Dino Franco, o primeiro a dar voz à música com o parceiro Mouraí, que também sabiam: há dias com cheiro diferente. Um cheiro que só algumas pessoas sentem...
Como é bonito estender-se no verão
As cortinas do sertão na varanda das manhãs
Deixar entrar pedaços de madrugada
E sobre a colcha azulada, dorme calma a lua irmã
Cheiro de relva trás do campo a brisa mansa
Que nos faz sentir criança a embalar milhões de ninhos
A relva esconde as florzinhas orvalhadas
Quanse sempre abandonadas
Nas encostas dos caminhos
A juriti madrugadeira da floresta
Com seu canto abre a festa
Revoando toda a selva
O rio manso caudaloso se agita
Parecendo achar bonita
A terra cheia de relva
O sol vermelho se esquenta e aparece
O vergel todo agradece pelos ninhos que abrigou
Botões de ouro se desprendem dos seus galhos
São as gotas de orvalho de uma noite que passou
O tal “cheiro” era um cheiro que só ele sentia. De vez em quando, sem que nada de especial tivesse acontecido, ele olhava pra mim e dizia: “tô sentindo cheiro de história nova”. Aí eu ria, ia para o meu canto e escrevia. Nestes dias eu escrevia direto, sem apagar nada. Só parava quando me sentia mais leve, quando a história inteira tinha saído de mim.
Enquanto isso o Luiz ficava fazendo cálculos, contas e progressões aritméticas. Uma vez me disse que nós dois gostávamos de vírgulas – eu nas palavras, ele nos números. Mas isso já faz muito tempo, quando eu ainda nem imaginava que ia viver disso: histórias, palavras e vírgulas.
Nunca tinha sentido esse tal “cheiro de história nova” até que hoje me lembrei do Luiz enquanto lia o e-mail do João Molento (outro grande amigo que sempre passa por aqui) me cobrando histórias novas. Pela primeira vez senti o tal cheiro que acompanhou minhas histórias de menina. Aí aproveitei para mudar um pouco a cara do blog e colocar coisas novas aqui. E aposto que o Luiz está dizendo agora com o sorriso no canto da boca: “tô sentindo cheiro de história nova”.
:: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: :: ::
Falando em cheiro, deu vontade de ouvir “Cheiro de Relva”, um clássico da música sertaneja. Foi escrita há 27 anos pelo compositor Dino Franco, o primeiro a dar voz à música com o parceiro Mouraí, que também sabiam: há dias com cheiro diferente. Um cheiro que só algumas pessoas sentem...
Como é bonito estender-se no verão
As cortinas do sertão na varanda das manhãs
Deixar entrar pedaços de madrugada
E sobre a colcha azulada, dorme calma a lua irmã
Cheiro de relva trás do campo a brisa mansa
Que nos faz sentir criança a embalar milhões de ninhos
A relva esconde as florzinhas orvalhadas
Quanse sempre abandonadas
Nas encostas dos caminhos
A juriti madrugadeira da floresta
Com seu canto abre a festa
Revoando toda a selva
O rio manso caudaloso se agita
Parecendo achar bonita
A terra cheia de relva
O sol vermelho se esquenta e aparece
O vergel todo agradece pelos ninhos que abrigou
Botões de ouro se desprendem dos seus galhos
São as gotas de orvalho de uma noite que passou
Isso tem cara de Monteiro Lobato!
ResponderExcluirE q divino ser brindada pela sua história nova
ResponderExcluirÉ muito bom ver que você voltou a escrever. Fazia tempo que não sentia este cheiro... tipo o cheiro de pão quentinho, sabe?
ResponderExcluirAdoro seus textos.
Beijão