15 fevereiro 2007

Amarrei o tempo no poste

Tirei férias do mundo. Enquanto todo mundo corria para o litoral, lá estava eu, na pista contrária, trânsito tranqüilo, indo para – segundo alguns amigos – o meio do mato. Prá mim? O paraíso.

Desliguei o celular, esqueci que existia computador, internet, televisão... “Amarrei o tempo no poste”. Deixei meu pé respirar no chão de terra batida e voltei. Agora sim, com bateria completa para enfrentar o armário abarrotado de confusão que a gente deixa prá resolver só mesmo quando começa o tal ano novo.

Esse ano vai sobrar menos tempo para escrever – sempre sobra pouco tempo para o que a gente gosta de fazer – mas vou me esforçar. Mas hoje ainda não vou escrever, vou pegar emprestado:

“Amarro o tempo no poste para ele parar. Boto a manhã de pernas abertas para o sol. Me horizonto para os pássaros. Uma ave me sonha. O dia amanheceu aberto em mim.”

Manoel de Barros é que estava certo... Esse ano “amanheceu aberto”. É melhor começar logo, antes que eu tenha que “amarrar o tempo no poste”...

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